Por Toshinobu Ishida para LinkedIn Pulse e Blog "Managers Café"
Quantas e quantas vezes na sua vida alguém já decidiu por você, mesmo que você queira uma outra coisa ou um outro caminho?
Quantas e quantas vezes na sua vida alguém já decidiu por você, mesmo que você queira uma outra coisa ou um outro caminho?
Eu pedalo nas ciclofaixas de lazer em São Paulo aos domingos. No final da Avenida Paulista há uma oficina para pequenos reparos mantida pelo mesmo banco que patrocina as ciclofaixas. Ontem passei por lá e pedi para calibrar os pneus da bicicleta.
- Por favor, eu queria calibrar os pneus da bicicleta. Poderiam me ajudar?
Ao ouvir a minha solicitação, vieram rapidamente 2 mecânicos na minha direção, cada um segurando uma bomba de ar (do modelo bomba de pé com manômetro acoplado), já que não tinha mais nenhum outro ciclista em atendimento.
Cada mecânico preparou o seu equipamento, ambas as mangueiras com os seus respectivos bicos foram conectados ao pneu e iniciaram-se o bombeamento. Os dois mecânicos pararam quase que simultaneamente uns 10 segundos após o início. Desacoplaram a mangueira e nesse momento lembrei de falar que a pressão que eu gosto de usar que é de 60 libras.
- Pessoal, me desculpem, eu esqueci de dizer que a pressão que eu gosto de usar é de 60 libras.
O mecânico do pneu de trás disse:
- Sem problemas, tinha deixado em 45 mas vou completar até 60 – disse ele solicitamente reiniciando o processo.
O mecânico do pneu dianteiro me disse:
- Deixei no 50. É melhor para você, para não vibrar demais o guidão – e deu as costas e foi embora.
Essa resposta, naquela circunstância, causou-me mais espanto do que indignação. Ainda bem que o outro mecânico se ofereceu para recalibrar e elevou para 60 libras. Nem tudo está perdido nesse mundo!
Afastei- me do local e retomei a minha pedalada, refletindo: é mesmo! Ao longo da minha carreira profissional, muita gente decidiu por mim o que era melhor, para mim mesmo! E essa gente ainda me deu argumentos para decisão sem saber o que é realmente importante para mim.
Cliente sempre tem razão? Sim, mas usar esse argumento para liquidar este assunto, dizendo que o mecânico deveria ter feito a minha vontade, seria uma discussão muito simplista. O que gostaria de discutir nesse artigo vai um pouco mais além.
O que leva alguém a decidir por você nessas condições? E ainda argumentar que é para o seu bem? E porque é tão normal para algumas pessoas?
Imagino que cada um dos leitores deste artigo deve estar se recordando de algo semelhante que aconteceu consigo. Mas vamos trocar de posição. Será que eu já não fiz com alguém o mesmo que o mecânico do pneu dianteiro fez comigo?
Assim, continuei a descer a Avenida Paulista, pensativo, com guidão vibrando muito, mas com giro leve e leveza no pedalar que o pneu a 60 libras me proporciona. E imaginando como escrever este artigo para nos lembrarmos de que não devemos deixar acontecer isso. Seja na situação do ciclista, seja na situação do mecânico.
Uma boa semana a todos!
Aconteceu alguma situação profissional que se encaixe no caso acima? Gostaria de compartilhar conosco?
Aconteceu alguma situação profissional que se encaixe no caso acima? Gostaria de compartilhar conosco?
Outros artigos de temas semelhantes estão acessíveis através do meu perfil no LinkedIn, lista abaixo ou pelo blog Managers Café.
- Crise, Jarra e Professor Floriano Gurgel
- O perigo do falso consenso - Um passeio em Abilene -
- Organização Silenciosa - Desastrosa cultura do silêncio
- Geração Hambúrguer - uma ponte entre indústrias e serviços
- Cultura do "Sim, senhor"
- Movimento dos Sem Teto
- Se o aluno não aprendeu, o instrutor não ensinou
- Extrovertidos ou introvertidos - Boas ideias podem vir de qualquer lugar
- Daniel Filho e Tina Roma, o profissionalismo da televisão - uma lição que guardei até hoje
- Dia das Mães, 10 anos depois!
- Tijolos, Muros, Paredes, Catedrais e Emoções - O que você está fazendo?
- A última obra do João
- Senna, Honda, chip da NEC, admiração, profissionalismo e homenagem
- Um instante Maestro! Ou, não deixe a Música acabar
- Carreira vs Vida Pessoal...
- Existe Felicidade Profissional?
- Gestão de Pessoas: O que eu aprendi com meu filho Autista
- A Sorte de se construir um "Dream Team"
- A culpa não é minha!
- Demitir... A pior tarefa de um gestor
- Lições de um artista de rua: A falibilidade nossa de cada dia
- Delegar ou não, o dilema do gestor
- Quem faz o bem tem que estar preparado para Ingratidão
- Liderança por exemplo
- Você tem medo de quê? Sua atitude define coragem ou paralisia
- A incrível geração de gestores sem educação
- Eu sei o que é melhor para você!
- Quem está desempregado não tem tempo de ficar parado…
- Controle suas emoções
- Destacando-se: Seja um Profissional de COMPORTAMENTO Empreendedor!
- O exemplo como agente multiplicador
- Quando você precisa mudar a direção
- Networkers: Receptivo, Seletivo e Restritivo
- Apertem os cintos, o RH sumiu!
- Abrem-se as cortinas! O espetáculo continua - Linkedin não é Facebook
- O Problema é Seu!
- Crônicas de RH: estagiário-presidente
- Desemprego e o Perigo da Depressão. Como Evitar?
Outros artigos de temas semelhantes estão acessíveis através do meu perfil no LinkedIn, lista abaixo ou pelo blog Managers Café.
- Crise, Jarra e Professor Floriano Gurgel
- O perigo do falso consenso - Um passeio em Abilene -
- Organização Silenciosa - Desastrosa cultura do silêncio
- Geração Hambúrguer - uma ponte entre indústrias e serviços
- Cultura do "Sim, senhor"
- Movimento dos Sem Teto
- Se o aluno não aprendeu, o instrutor não ensinou
- Extrovertidos ou introvertidos - Boas ideias podem vir de qualquer lugar
- Daniel Filho e Tina Roma, o profissionalismo da televisão - uma lição que guardei até hoje
- Dia das Mães, 10 anos depois!
- Tijolos, Muros, Paredes, Catedrais e Emoções - O que você está fazendo?
- A última obra do João
- Senna, Honda, chip da NEC, admiração, profissionalismo e homenagem
- Um instante Maestro! Ou, não deixe a Música acabar
- Carreira vs Vida Pessoal...
- Existe Felicidade Profissional?
- Gestão de Pessoas: O que eu aprendi com meu filho Autista
- A Sorte de se construir um "Dream Team"
- A culpa não é minha!
- Demitir... A pior tarefa de um gestor
- Lições de um artista de rua: A falibilidade nossa de cada dia
- Delegar ou não, o dilema do gestor
- Quem faz o bem tem que estar preparado para Ingratidão
- Liderança por exemplo
- Você tem medo de quê? Sua atitude define coragem ou paralisia
- A incrível geração de gestores sem educação
- Eu sei o que é melhor para você!
- Quem está desempregado não tem tempo de ficar parado…
- Controle suas emoções
- Destacando-se: Seja um Profissional de COMPORTAMENTO Empreendedor!
- O exemplo como agente multiplicador
- Quando você precisa mudar a direção
- Networkers: Receptivo, Seletivo e Restritivo
- Apertem os cintos, o RH sumiu!
- Abrem-se as cortinas! O espetáculo continua - Linkedin não é Facebook
- O Problema é Seu!
- Crônicas de RH: estagiário-presidente
- Desemprego e o Perigo da Depressão. Como Evitar?
Parabéns pelo artigo. Abs
ResponderExcluirObrigado, Alencar. O Blog está aberto a contribuições que estejam na linha editorial "Gestão com Reflexão".
ExcluirMuito bom seu artigo! E o mesmo me fez lembrar o dia em que fui dispensada de um emprego, quando meu ex-chefe me disse: "sei que você não está feliz aqui e por isso vou te dispensar, isso será melhor pra você, você vai ver e me agradecer depois", sem sequer me perguntar se realmente estava feliz ou não lá mesmo... eu estava feliz lá, so estava doente e com problemas pessoais. Hoje estou sem emprego depois de passar por outros dois e me lembro sempre que ainda podia estar lá e que ele ainda estaria contando com meu profissionalismo e lealdade e eu ainda estaria feliz... É muito duro os outros tentarem decidir a sua felicidade e você estar limitado e não poder fazer nada. Agora é correr atrás dela em outro lugar...
ResponderExcluirObrigado Flávia. Realmente é muito comum um chefe dispensar um funcionário usando o bordão: "é para o seu bem". Acredito que está longe de ser a melhor maneira de conduzir uma dispensa.
Excluir